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sexta-feira, 1 de abril de 2011

POR OFICIO POETA




A beira da estrada
Pedindo carona a vida
Intempestivo e revel
tem horas que perco a roda
que gira sem mim
Tentado perder algo da história
E quando vejo
ela não me deixou
fora de nada quando estive a beira da estrada

Vigio dentro de cada condução que passa
Espreito os rosto
E adivinho mesmo quando falho e equivocado
A vontades todas
A solidões todas
O gozo
A falta dele
O amante
O traído
O que mente
O que aceita como verdade a mentira...

Como vate condenado
A viver um pouco o sentimento
de todos
aceito o adágio como oficio
Hora de dor
Hora de amor
Hora me sentindo semi-deus
(pobre mortal mais frágil que os outros)
Não se iluda ninguém que ando com coragem
e me apego ao avesso...

Que me falta mesmo
é agarrar forte no aço quente do trem
E sentir o vapor no dorso
do que é a vida sem perder
uma estação sequer...

Luciano Lopes