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sábado, 24 de março de 2012

PASSEIO DO POETA



As vezes tomo um caminho dispersos
acreditado alucinadamente contemplar
mais do que a visão alcança
Tolice dissimular que eu possa entediar-me
se imaginação tenho com mais força
que a razão...
Tenho essa visão doidivanas das coisas
deixo ficar meus olhos mais atentos
deixo minhas fantasias tomarem conta de mim
ando devagarzinho desviando das emendas das calçadas

Ah! como são bela as cores das coisas todas
caleidoscópica é minha compreensão delas...

Há uma moça na janela
Perturbo-me com seu jeito feminino
e um olhar perdido
Reconheço meu olhar no dela
Apaixono-me irremediavelmente
Sempre me apaixono por um instante do dia
não conto novidade nenhuma
Só que meus escritos
já tem compromisso certo com os suspiros...
Ela se afasta
Decoro seu semblante
e eu sei já sorrir...
Foi assim que aprendi
Não sirvo para paixões longas
Estou mais para lembranças
nunca as perco...
Deixo para os cronistas descrever socialmente o que a cidade oferece
Eu, egoísta, fico com as cores
com os vultos que vejo
com os imagináveis
Com as historias que tomo posse dos edifícios
das esquinas,
dos becos
e as paixões que invento
e as que deixam em mim.


Luciano Lopes.

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